domingo, 27 de fevereiro de 2011

FILIPE VI ANDRISCO

Andrisco de Adramítio (cidade da Eólia na Ásia Menor), também conhecido como Filipe VI da Macedônia ou Falso Filipe por seus rivais, foi um aventureiro grego que se fez passar por Filipe, filho de Perseu, o último rei da Macedônia, e chegou a ser aceito como tal pelos macedônios, dos quais foi rei em 149-148 a.C. Foi derrotado e deposto pelos romanos.
Moeda com a efígie de Filipe VI Andrisco e a figura de Hércules
Nascido na Ásia Menor, era um mercenário de origem humilde, talvez o filho de um curtidor da cidade de Adramítio. Andrisco alegava ser Filipe, filho do rei macedônio Perseu e Laodice V, princesa de Síria e filha de Seleuco IV, rei da dinastia selêucida. Na verdade, Filipe (quer seja filho ou meio irmão de Perseu) morrera com 18 anos na Itália. Após um primeiro intento na Macedônia em torno de 160-155 a.C., que fracassou quando nenhum macedônio lhe deu atenção, acabou por apresentar-se na Síria na corte do rei selêucida Demétrio I Sóter alegando ser filho de Laodice, irmã do rei sírio. Assim que solicitou ajuda a Demétrio para recuperar o trono da Macedônia, o rei, aliado de Roma, o encarcerou e o entregou aos romanos, dos quais não recebeu mais que provocações (foi apelidado de Pseudofilipe) e acabou sendo mandado embora de Roma sem encargos, considerado como um demente. Outra versão diz que ele conseguiu escapar de Roma.
Localização de Adramítio, terra natal de Andrisco

Ao voltar para a Macedônia dedicou-se, com um pequeno grupo de seguidores, ao banditismo, fazendo contatos com alguns dos reis da Trácia, na fronteira norte, até que um deles (Teres III) o reconheceu como legítimo herdeiro ao trono da Macedônia, provavelmente no final de 150 a.C., e disponibilizou a Andrisco sua aliança e suas tropas. O chefe trácio Barsabas também o auxiliou. Não se pode ter certeza se os líderes trácios reconheceram realmente Andrisco como Filipe VI ou apenas viram nele uma oportunidade de fazer frente ao crescente poder romano na região. De qualquer forma, eles invadiram a Macedônia em 149 a.C.
Guerreiro trácio

A Conquista da Macedônia
Depois de uma vitoriosa batalha nas fronteiras, alguns macedônios começaram a levar a reivindicação de Andrisco a sério. Foi saudado como libertador da opressão romana e conseguiu inflamar o espírito nacionalista dos macedônios. O Senado enviou o legado Cipião Nasica Córculo, o qual, pensando que iria enfrentar um simples bandido, decidiu resolver a questão por conta própria. Após reunir às pressas um contingente de aliados gregos, avançou contra Andrisco, mas foi derrotado. Esse sucesso de Andrisco convenceu os macedônios hesitantes e logo toda a Macedônia o reconheceu como rei legítimo. Para seu povo, quer por um reconhecimento verdadeiro ou pela oportunidade que se lhe apresentava, Andrisco não era mais o Pseudoflipe, mas Filipe, o sexto rei com esse nome, filho de Perseu.
Cartago
Daí ele também ser conhecido como Filipe VI Andrisco. Imediatamente reuniu o país, dividido pelos romanos, e começou uma reforma política vagamente para o povo. Buscou aliança com Cartago, a eterna rival de Roma, que contra a próspera cidade africana iniciava a Terceira Guerra Púnica (149-146 a.C.). O Senado romano, perplexo, mandou o pretor Públio Juvêncio com uma força militar, mas no final do verão, quando ele tentou entrar na Macedônia, suas tropas foram esmagadas e ele morreu em combate. Isso permitiu a Andrisco ocupar a Tessália. O reino da Macedônia inesperadamente ressurgia das cinzas ganhando quase seus antigos contornos.

A Quarta Guerra Macedônica (148 a.C.)
No entanto, após cerca de um ano, o reino do Filipe ressurrecto já dava sinais de sua fraqueza. Devido a sua crueldade e extorsão, Filipe Andrisco começou a perder sua popularidade entre as classes trabalhadoras. Nesta situação, quando a atenção geral estava ocupada com o conflito entre Roma e Cartago, o Senado respondeu com energia e enviou um exército sob o comando do pretor Quinto Cecílio Metelo e com o auxílio de Lúcio Emílio Paulo, que derrotara antes a Perseu. Roma encarava agora a situação como uma quarta guerra contra a Macedônia. As tropas chegaram à Grécia na primavera de 148 a.C. E derrotaram facilmente os homens de Andrisco numa segunda batalha de Pidna, onde o último rei macedônio fora derrotado pelos romanos. Foi a última batalha em que se viu a falange grega em combate.
O Exército Romano em Marcha
Andrisco fugiu para o território de seus aliados trácios.  Metelo e Paulo o perseguiram e o príncipe trácio o entregou aos romanos. Levado para Roma foi condenado à morte e em seguida, desfilou no triunfo de Lúcio Emílio Paulo que celebrava sua vitória na guerra. Metelo e Lúcio Emílio adicionaram o cognome de Macedônico ao seu nome, graças a esta campanha de sucesso, a qual também pôs fim definitivamente a independência formal da Macedônia, que a partir de 147 a.C., passa a ter o estatuto de província romana cujos territórios foram mesclados com os da Ilíria e dos Épiro. Metelo foi seu primeiro procônsul (governador).

Epílogo
Em 142 a.C, um outro aventureiro que se chamava Filipe tentou uma revolta semelhante a de Andrisco, mas teve pouca sorte. Derrotado pelo questor Lúcio Tremela foi capturado e condenado à morte.
File:Macedonia SPQR.png
A província romana da Macedônia em 116 d.C.


REFERÊNCIA:
http://es.wikipedia.org/wiki/Andrisco
http://it.wikipedia.org/wiki/Andrisco
http://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Pydna_(148_BC)


2 comentários:

  1. Bacana o seu espaço na NET. Gostei. Também sou cristão e obreiro na Assembléia.

    alanfranciscodesouzalemos@gmail.com

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  2. Obrigado, irmãos. Deus continue te abençoando ricamente. Abraços em Cristo.

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