terça-feira, 7 de setembro de 2010

FILIPE III ARRIDEU (323 – 317 a.C.)

Filipe III Arrideu (em grego: ὁ Φίλιππος Γ 'Ἀρριδαῖος, ca. 359 a.C. - 25 de dezembro de 317 a.C.) foi rei da Macedônia, de após 11 de junho de 323 até sua morte. Ele era filho do rei Filipe II da Macedônia com a tessália Filina de Larissa, supostamente uma dançarina. Ele era irmão mais velho de Alexandre, o Grande. Arrideu era seu nome de nascimento e assumiu o nome de Filipe quando subiu ao trono. Há uma cratera na Lua com seu nome.
Marble head of Philip Arridaeus? Museo Nazionale, Napoli (Italy).
Busto presumível de Filipe III Arrideu no Museu Arqueológico de Nápoles, Itália
No relato de Plutarco, Arrideu tornou-se física e mentalmente deficiente após uma tentativa de envenenamento pela esposa de Filipe II, a rainha Olímpia, que queria eliminar um possível rival para seu filho Alexandre. No entanto, isso pode ser apenas um rumor malicioso corroborado pelo mau caráter de Olímpia. De qualquer forma, Arrideu sofria de deficiência mental e epilepsia. Alexandre era muito afeiçoado a ele e procurava-o proteger e garantir que não fosse usado como um mero peão em uma disputa pelo trono. Abaixo, Filipe II, Olímpia e Alexandre Magno.
Ele parece nunca ter sido um sério perigo para a sucessão de Filipe II por Alexandre, mas mesmo assim, quando Pixodaro, o sátrapa persa da Cária propôs sua filha em casamento a Filipe, esse ofereceu Arrideu como o marido. O casamento selaria uma aliança de considerável importância política. Olímpia e vários amigos de Alexandre sugeriram a ele que esse procedimento mostrava que Filipe destinava fazer Arrideu seu sucessor. Alexandre reagiu enviando um ator, Tessalo de Corinto, para dizer a Pixodaro que ele não devia oferecer a mão de sua filha a um filho ilegítimo, mas sim a Alexandre. Quando Filipe soube disso, ele repreendeu a Alexandre por querer casar com a filha de um persa. Filipe exilou os amigos de Alexandre e prendeu a Tessalo. Assim, não se firmou aliança entre a Macedônia e a Cária. Abaixo, moeda de Pixodaro
Coin of Pixodarus
Em 336 a.C. Filipe II é assassinado e Alexandre III assume o trono eliminando seus possíveis rivais, à exceção de Arrideu, considerado inofensivo devido a seus problemas mentais. Durante o reinado de Alexandre (336-323), Arrideu foi mais ou menos isolado. Nenhum comando civil ou militar lhe foi dado nos treze anos do governo de seu irmão. Não se sabe sequer onde ele estava durante as campanhas de Alexandre, embora seja razoável supor que ele permaneceu na Macedônia, onde Antípatro, o comandante supremo das forças da Macedônia na Europa, supervisionava o comportamento mentalmente instável e a epilepsia do príncipe. Abaixo, dracma de prata de Filipe III Arrideu com as efígies de Héracles e Zeus.



Arrideu, o Idiota, Sucessor de Alexandre, o Grande
Arrideu estava na Babilônia no momento da morte de Alexandre em 11 de junho 323 a.C. Uma crise pela sucessão eclodiu: Arrideu era o candidato mais óbvio, mas ele era mentalmente incapaz de governar. Um conflito explodiu entre Pérdicas, líder da cavalaria, e Meleagro, o comandante da infantaria: o primeiro queria esperar para ver se Roxane, a mulher grávida de Alexandre, iria conceber um bebê do sexo masculino, enquanto o segundo defendia os direitos de Arrideu, que embora filho ilegítimo de Filipe II, era o parente vivo mais próximo de Alexandre e assim deveria ser o rei. Arrideu também contava com a vantagem de ser totalmente greco-macedônico, enquanto que o filho de Roxane da Báctria teria também ascedência iraniana. Meleagro acabou por ser morto e para evitar uma guerra civil se fez um acordo para conciliar os dois lados: Arrideu se tornaria rei com o nome de Filipe (III) e o filho de Roxane, se fosse varão, se chamaria Alexandre (IV) e seria seu colega de trono. Imediatamente foi decidido que Filipe Arrideu reinaria, mas não governaria, devido a sua incapacidade mental: isso era prerrogativa do novo regente, Pérdicas. Havia ainda a questão da Rainha: Estatira, filha do rei persa Dario III Codomano, era a consorte real de Alexandre Magno. Roxane convenceu Pérdicas a matá-la bem como a Parisatis, filha do rei Artaxerxes III que também fora casada com Alexandre. Pérdicas cancelou as expedições programadas por Alexandre Magno antes de morrer e reelaborou suas disposições finais. Abaixo, representação de Pérdicas no Sarcófago de Alexandre.
Os generais de cavalaria e outros militares que tinham apoiado Pérdicas foram recompensados como governadores das satrápias do Império Macedônico. É a chamada Partição de Babilônia: Ptolomeu recebeu Egito; Laomedon recebeu a Síria e a Fenícia; Filotas, a Cilícia; Peiton, a Média; Antígono recebeu a Grande Frígia, Lícia e Panfília; Asandro recebeu a Cária; Menandro recebeu a Lídia; Lisímaco recebeu a Trácia; Leonato recebeu Frígia Helespontina e Neoptólemo, a Armênia. A Macedônia e o resto da Grécia ficaram sob a regência de Antípatro, que as havia governado sob Alexandre, e o velho secretário de Alexandre, Eumenes de Cárdia, recebeu a Capadócia e a Paflagônia. Crátero, um dos generais mais capazes de Alexandre, não recebeu uma satrápia, mas a função de Guardião do Reino de Filipe III Arrideu. Era mais uma função honorífica sem conteúdo político ou militar. Deve ser lembrado que antes de morrer Alexandre Magno nomeara Crátero como regente da Macedônia e Grécia em substituição a Antípatro. Abaixo, o ator Rory McCann como Crátero no filme Alexandre de Oliver Stone (2004).

No Oriente, Pérdicas manteve os arranjos de Alexandre intactos: Taxiles e Poro, governavam sobre os reinos na Índia; Oxartes, sogro de Alexandre e pai de Roxane, governava Gandara; Sibírcio governou Aracósia e Gedrósia; Estasanor, governou Ária e Drangiana; Filipe, a Báctria e Sogdiana; Fratafernes, a Pártia e Hircânia; Peucestas, governou Persis (a antiga Pérsia); Tlepolemo, a Carmânia; Atropates, o norte da Média; Árcon, a Babilônia, e Arcesilau governou o norte da Mesopotâmia. Esses governadores foram chamados pelos historiadores antigos de Diádocos (diadochoi, isto é, 'sucessores' em grego), pois sucederam a Alexandre Magno.

O Império de Alexandre e seus Governantes
Quando a notícia de que Arrideu tinha sido escolhido como rei chegou à Macedônia, a meia-irmã de Arrideu, Cinane, filha de Filipe II com Audata da Ilíria, viajou até a Ásia e ofereceu ao novo Rei sua filha Eurídice como esposa. Essa estratégia foi tida como uma afronta ao regente Pérdicas (já que não foi sequer consultado). Temendo a influência que Cinane poderia ter sobre o rei, Pérdicas enviou seu irmão Alcetas para matar Cinane. Mas, a reação das tropas foi de tal forma contrária a esse assassinato que o Regente que teve que aceitar o casamento apesar da morte de Cinane. Daquele momento em diante Filipe Arrideu ficaria sob a influência da sua esposa, uma mulher orgulhosa e determinada em fundamentar o poder de seu  marido. Foi-nos transmitida a imagem de Eurídice como uma mulher terrível, mas pode-se concluir que na realidade ela queria livrar seu marido de ser mero fantoche dos regentes macedônios. Em agosto de 323, nasce o colega de trono de Filipe III, Alexandre IV, filho de Alexandre, o Grande, com Roxane da Báctria. Como fora acordado, Pérdicas também é seu regente e governa em seu nome. Abaixo, o ator Neil Jackson interpretando Pérdicas no filme Alexandre.


A Guerra Lamiaca
O primeiro desafio do governo de Filipe III foi a Guerra Lamiaca (323-322). Quando a notícia da morte de Alexandre Magno na Babilônia chegou à Grécia, os discursos de Leostenes e Hipérides incitaram os atenienses a encabeçar uma revolta contra a hegemonia da Macedônia que na ocasião era regida por Antípatro. Assim em outubro de 323, Atenas e a Liga Etólia tomaram as Termópilas e venceram a Antípatro em combate e obrigaram-no a refugiar-se na cidade de Lamia, onde foi assediado pelos gregos durante vários meses. Parece que Arribas, rei do Épiro que fora deposto pelo pai de Arrideu também participou do levante. Dessa cidade veio o nome do confronto.
Lamia - Lamia
Cidade de Lamia, Grécia
Depois de ser socorrido pelas tropas lideradas por Leonato, Antípatro conseguiu sair de Lamia e regressar à Macedônia. Uma vez ali conseguiu obter o reforço das tropas de Crátero que chegaram por mar. Depois da deserção da Liga Etólia, os atenienses foram derrotados em Amorgos, numa importante batalha marítima em 323 a. C. Antípatro e Crátero enfrentaram em terra os gregos na Batalha de Crannon (5 de setembro de 322 a.C.) na Tessália. A batalha foi um sucesso total para Antípatro.
Picture
Batalha de Crannon
Pouco depois, Demóstenes, o célebre orador ateniense antimacedônico, suicidou-se ingerindo veneno e Hipérides foi assassinado por ordem de Antípatro. Para Atenas, o custo da Guerra Lamiaca foi muito grande: alguns de seus líderes mais importantes foram executados, Atenas teve que pagar uma indenização muito elevada e perdeu sua forma de democracia, convertendo-se em uma oligarquia. O Pireu, principal porto de Atenas, foi entregue aos macedônios. O resultado da guerra foi a momentânea eliminação de toda resistência grega ao domínio macedônio.

A Revolta dos Veteranos
Os veteranos que haviam sido forçados por Alexandre Magno a viver nas cidades que fundara nas satrápias orientais (Báctria, Sogdiana, Gandara e Índia) se rebelaram no outono de 323 e decidiram partir de volta para a Grécia. Eles constituíam uma considerável força (20.000 homens e 3.000 cavalos) e elegeram como líder o tessálio Fílon de Eniânia. Pérdicas enviou o governador da Média, Peiton, para suprimir a revolta. Como a Média era uma satrápia muito grande, sua região superior foi dada ao persa Atropates e Peiton governava o restante, mas segundo o historiador Diodoro Sículo, Peiton almeja governar toda a Média e se esse grupo de rebeldes se juntassem a ele isso seria possível. Presumindo uma ambição de Peiton, o regente Pérdicas determina que ele extermine os revoltosos.
Exército Macedônico em Movimento
 Na primavera de 322, Peiton derrotou-os, mostrando-se um general muito capaz. Contrariamente às ordens Pérdicas, porém, ele aceitou a rendição de seus oponentes e ofereceu condições razoáveis. Independentemente das ambições pessoais de Peiton, isso era necessário, porque a presença militar macedônica era baixa no Oriente. Lamentavelmente, os soldados de Peiton desobedeceram seu chefe: levados pela expectativa de pilhagem, eles massacraram muitos veteranos. Embora Pérdicas desconfiasse das ambições de Peiton, no entanto, não era forte o suficiente para substituir o sátrapa de Média e, portanto, exigia a sua ajuda em todas as ocasiões possíveis. Desta forma, o regente conseguia controlá-lo. Após a suprimir a revolta dos veteranos, Peiton provavelmente teve que se juntar à campanha de Pérdicas contra Ariarates, um líder persa da Capadócia.

Com a Capadócia nas Mãos
Pérdicas precisava manter o fluxo de comunicação normal entre a Macedônia e a Babilônia onde estava e para isso precisava conquistar a Capadócia na Ásia Menor. Durante a invasão de Alexandre, o Grande, ao Império Persa, o sátrapa Ariarates lutara com Dario III na Batalha de Gaugamela em 331 a.C., e em seguida, na Capadócia defendendo-a das investidas do general macedônio Antígono Monoftalmo em 330 a.C. No entanto, os macedônios submeteram a Capadócia durante o seu percurso e instalaram um governador (Cabictas). No entanto, até ao momento da morte de Alexandre, Ariarates conseguiu manter um poder autocrático sobre a Capadócia e ainda expandiu o reino subjugando a Cataônia. Estes feitos fizeram-lhe ganhar alguma independência não estando diretamente submisso nem aos persas nem aos greco-macedônios. 
Moeda de Ariarates I
Ariarates constantemente atacava as possessões macedônicas. Assim em nome do rei Filipe III Arrideu, Pérdicas investiu contra a Capadócia. Quando da invasão da região, o sátrapa macedônio da Frígia, Antígono Monoftalmo, não compareceu em auxílio a Pérdicas, mas esse submeteu o país e Ariarates, então com 82 anos foi derrotado e crucificado.  Pérdicas intimou Antígono a prestar contas, mas esse, temendo uma intenção homicida, fugiu para a Macedônia junto a Antípatro, comandante do Império Macedônico na Europa.  Pérdicas fez de Eumenes, que fora secretário de Alexandre, sátrapa da Capadócia e e o pôs no lugar de Antígono na Frígia. Pérdicas iniciara bem sua regência: esmagara e conquistara seus oponentes.


Uma Noiva para Pérdicas
 Como Filipe III, Arrideu era rei, mas Pérdicas era o verdadeiro governante. Ele emitiu ordens suas usando o nome de Filipe. Pérdicas tornou-se demasiado poderoso, especialmente quando Olímpia ofereceu sua filha Cleópatra como esposa ao regente. Porém, Pérdicas já havia assumido o compromisso de casar-se com Niceia, filha de Antípatro, que pretendia formar uma aliança com com os principais generais de Alexandre  casando suas filhas como Crátero, Ptolomeu e Pérdicas. Mas o casamento com Cleópatra era mais vantajoso para o Regente: faria dele o cunhado de Alexandre, o Grande, e um herdeiro mais direto ao trono do que o próprio Filipe Arrideu, que era, afinal, um bastardo, e que Alexandre IV, que era mestiço. Assim, mais que a regência Pérdicas poderia reivindicar o próprio trono da Macedônia e seu império.

Pérdicas contra o Egito
Tendo como pretexto o rompimento do acordo de casamento, na Macedônia uma aliança foi formada entre Antípatro, Crátero e Antígono contra Pérdicas. A eles se juntou Lisímaco, governador da Trácia que controlava a rota terrestre entre a Grécia e Ásia Menor, e Ptolomeu, governador do Egito, que acabou por realizar um gesto dramático: a apreensão do corpo de Alexandre, o Grande, que se encaminhava em um cortejo funeral para Egas na Macedônia sob a guarda dos homens de Pérdicas. O corpo do Conquistador foi para Alexandria, capital do Egito. Abaixo, ruínas de um possível mausoléu de Alexandre, o Grande, em Alexandria.
Pérdicas, mesmo sem aliados importantes, tendo apenas Eumenes da Capadócia a seu lado, tinha o comando do exército macedônio da Ásia. Pérdicas liderou a expedição contra o Egito, deixando Eumenes para defender a Ásia Menor contra uma invasão vinda da Europa. O rei Filipe III Arrideu acompanhou Pérdicas em sua expedição ao Egito. A campanha de Pérdicas no Egito foi um desastre: o exército estava insatisfeito com a dura disciplina de seu comandante bem como sua arrogância e a falta de pagamento de seus salários e após uma desastrosa tentativa de atravessar o rio (muitos soldados morreram afogados ou foram devorados por crocodilos), Pérdicas foi assassinado por seus próprios oficiais: Peiton, Antígenes e Seleuco. Na Ásia Menor, Eumenes foi incapaz de impedir que o exército de Crátero cruzasse o Helesponto, mas quando os dois exércitos se encontraram no campo de batalha, provavelmente em algum lugar nas fronteiras da região da Capadócia, Eumenes venceu o combate e Crátero foi morto na batalha (verão de 321 a.C.). Ptolomeu então assumiu o comando do exército macedônio no Egito e as tropas lhe ofereceram o cargo de Pérdicas como guardião dos reis, mas Ptolomeu recusou e a regência foi dada a Peiton e a um oficial chamado Arrideu. Os regentes tomaram sob sua guarda os reis Filipe III e Alexandre IV e rumaram para o norte.
Relevo do templo de Amon retratando o deus Min e Filipe III Arrideu como faraó
Triparadiso
Eurídice, esposa do rei Filipe III, interferia constantemente nos assuntos políticos e trabalhava contra os regentes. Como Eurídice gozava do favor do exército e por meio de intrigas conseguia que os macedônios tomassem seu partido, conseguiu fazê-los renunciar seu cargo quando chegaram a cidade síria de Triparadiso. Os macedônios elegeram a Antípatro como novo regente do império de Alexandre e quando esse chegou, Eurídice causava tumultos estando equipada com tropa montada para uma disputa contra Antípatro que tinha sido composta para ela por seu secretário Asclepiodoro, mas todos os seus esforços foram inúteis, pois Antípatro conseguiu refreá-la e foi nomeado regente e tutor dos reis, apesar dos remanescentes do exército de Pérdicas guardarem-lhe certo rancor. Assim no outono de 320 a.C. na cidade de Triparadiso terminou o primeiro conflito entre os diádocos e o império de Alexandre Magno e seus reis foram confiados a guarda do velho general Antípatro que levou os reis para a Macedônia. Abaixo, estáter de ouro do reinado de Filipe III Arrideu.

A Guerra dos Regentes
Após incubir Antígono de continuar a luta contra Eumenes e outros aliados de Pérdicas, o regente adoeceu e morreu de causas naturais no ano seguinte (verão de 319 a.C.). Porém, Antípatro nomeou como seu sucessor não o seu filho Cassandro, mas um amigo e companheiro de armas, Poliperconte. Cassandro recusou-se a aceitar a decisão do pai e desencadeou outro conflito que ficou conhecido como a Segunda Guerra dos Diádocos (319 – 315 a.C.). Para enfraquecer o apio de Cassandro, Poliperconte fez com que Filipe nomeasse Eumenes como o novo comandante dos exércitos da Macedônia na Ásia em detrimento de Antígono. Eurídice mais uma vez viu uma chance de fortalecer-se junto ao reinado de Filipe III. Quando Cassandro expulsou da Macedônia a Poliperconte, Olímpia e o rei Alexandre IV em 317 a.C., Eurídice imediatamente se aliou a ele e fez seu marido nomeá-lo o novo regente ao que retribuiu Cassandro deixando o total controle do país a Filipe e Eurídice quando ele deixou a Macedônia para fazer campanha na Grécia que se revoltara. Abaixo, ruínas de um santuário egípcio dedicado a Filipe III Arrideu em Karnak.

Filipe Rei?
Parecia que finalmente Filipe III Arrideu poderia reinar de fato em seu país. Porém, naquele mesmo ano (317) Poliperconte e Olímpia se aliaram com Eácides, rei de Épiro, e invadiram a Macedônia levando o pequeno Alexandre IV, considerado por muitos sucessor mais legítimo ao trono do que Filipe. As tropas da Macedônia recusam-se a lutar contra o filho de Alexandre Magno e Filipe e Eurídice, não tendo escolha, fogem e são capturados em Anfípolis e atirados na prisão submetidos a uma alimentação escassa. Filipe, apesar de sua incapacidade mental, era demasiado perigoso para ser deixado vivo, ainda mais que o tratamento rude que Olímpia dava ao casal despertava a compaixão dos macedônios. Filipe e Eurídice poderiam ainda ser uma ferramentas úteis aos muitos inimigos de Olímipa. Assim em ela manda matar Filipe em 25 de dezembro 317 a.C., conforme assinalado num fragmento astronômico babilônico. Quanto a Eurídice, foi forçada a cometer suicídio. Olímpia mandou à jovem rainha na prisão uma espada, uma corda e um copo de cicuta com ordens para ela escolher o seu modo de morrer. Eurídice desejou que logo Olímpia fosse retribuída por seus “presentes” e escolheu enforcar-se e morreu sem chorar ou lamentar-se.
Eurydice
Eurídice com o corpo de Filipe III Arrideu recebendo os mortais "presentes" de Olímpia.
No ano seguinte, quando Cassandro vindo da Grécia reconquistou a Macedônia e vingou a morte de Filipe; ele enterrou os corpos de Filipe e Eurídice com pompa real em Egas, a antiga capital, e comemorou os jogos funerais em sua honra. Em 1977, escavações arqueológicas foram feitas perto de Vergina (antiga Egas) levando à descoberta de uma tumba real com duas câmaras e com um esqueleto quase perfeitamente conservado do sexo masculino. Manolis Andronikos, o arqueólogo-chefe e a maioria dos arqueólogos, entendem que se trata do esqueleto de Filipe II, mas muitos têm contestado essa atribuição e, em vez propõem ser os restos de Filipe Arrideu.

REFERÊNCIAS

http://www.livius.org/phi-php/philip/arridaeus.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Philip_III_of_Macedon
http://www.livius.org/he-hg/hecatomnids/pixodarus.html
http://es.wikipedia.org/wiki/Cinane
http://www.historyofwar.org/articles/wars_diadoch_1st.html
http://www.livius.org/pen-pg/perdiccas/perdiccas.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Eurydice_III_of_Macedon
http://fyrorymccann.tumblr.com/page/3

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