sexta-feira, 2 de julho de 2010

FILIPE II (359 – 336 a.C.) - PARTE III

Intervenção na Trácia, em Olinto e no Épiro
Durante o inverno de 352 a.C., eclode uma guerra civil na Trácia entre Cersobleptes, sucessor do rei Cotis, e seu parente Amadoco que tem como aliadas as cidades gregas de Bizâncio e Perinto que ficavam na Propôntide. Procurando reforçar os laços estratégicos com as cidades da Propôntide, Filipe faz uma longa marcha desde o sul da Tessália até a Trácia onde apoia Amodaco. Atancado a  Cersobleptes toma-lhe a importante fortaleza de Hieron Oros entregando-a em seguida à cidade de Perinto. Para conseguir a paz com o rei macedônio, Cersobleptes entrega-lhe seu filho e herdeiro como refém e um décimo de seus rendimentos como tributo anual à Macedônia. Provavelmente, no seu regresso da Trácia, é quando Filipe ataca os territórios de Maronea e Abdera, e depois fura o  bloqueio naval de Cares à cidade de Neápolis, entrando com sua pequena frota na cidade. 
A temível falange macedônica
Enquanto Filipe II estava na Trácia, as cidades da Liga Calcídica fazem uma aliança com Atenas, o que não era permitido em virtude dos termos da aliança da Liga com a Macedônia. No regresso da Trácia, os macedônios saqueiam algumas cidades calcídicas e Filipe II intervém no governo da principal, Olinto,  promovendo o exílio de um de seus opositores.  Mas, o partido antimacedônico ainda governa a cidade. Porém, Filipe não se detém com Olinto e se volta contra os ilírios, que empurra mais para o oeste, e conquista a região de Parauaia no Épiro para assegurar as fronteiras ocidentais de seu reino. Abaixo, a Macedônia e suas fronteiras.


A Queda de Olinto e Paz com Atenas
As intervenções de Filipe II no mundo helênico despertam o ímpeto oratório do ateniense Demóstenes (imagem à esquerda) que vê no rei macedônico uma ameaça a Atenas e seu império. O célebre orador  labora entre 351 e 340 a.C. numa série de discursos chamados de Filípicas no qual conclama as cidades-Estado gregas a se unirem contra a Macedônia. Já outro orador ateniense, Isócrates (imagem abaixo), vê em Filipe a oportunidade de união das cidades-estado gregas contra a ameaça sempre possível do Império Persa. Em 349, Filipe começou o cerco de Olinto que, além de sua posição estratégica, abrigava seus meio-irmãos  Arrideu e Menelau, pretendentes ao trono da Macedônia. Olinto outrora havia aliado-se a Filipe, mas depois mudou sua lealdade à Atenas. Esta última, porém, não fez nada para ajudar a cidade, suas expedições foram retidas por uma revolta em Eubéia (provavelmente pagas pelo ouro de Filipe). O rei macedônio finalmente tomou Olinto em 348 e destruiu a cidade até o chão. O mesmo destino foi infligido a outras cidades da península calcídica. Com a Macedônia e as regiões adjacentes firmemente consolidadas, Filipe comemorou seus Jogos Olímpicos em Dium. Abaixo, os embates entre Filipe II, a Liga Calcídica e Atenas.

A Paz de Filócrates
Em 347 Filipe conquista dos distritos a leste do rio Hebro e submete o príncipe trácio Cersobleptes . Em 346  fez uma intervenção eficaz na guerra entre Tebas e os fócios, mas a sua guerra com Atenas continuou de forma intermitente. No entanto, Atenas fez abertura para a paz e, quando Filipe dirigiu-se novamente ao sul, a paz foi firmada na Tessália. O. tratado de paz entre a Macedônia e Atenas ficou conhecido como Paz de Filócrates (principal negociador ateniense do tratado). Com a maioria das cidades-estados gregas apaziguadas, Filipe virou-se para Esparta, enviando uma mensagem: "Você está advertida a apresentar-se sem demora, pois se eu trouxer meu exército a sua terra, eu vou destruir suas fazendas, matar o seu povo e destruir sua cidade. " A resposta (lacônica) de Esparta foi: "Se". Não obstante, Filipe sentiu-se livre para consolidar e expandir o poder macedônico.
Philip II (382-336 aC), grande figura rodada placa, foto
Reprodução moderna de um antigo medalhão com a efígie de Filipe II

Expandindo o Reino
Em 345, Filipe realizou uma árdua campanha contra a tribo ilíria dos ardieus sob o rei Plurato, durante a qual ele foi gravemente ferido por um soldado ardieu na perna direita. Apesar das advertências de Demóstenes, os atenienses fizeram vista grossa às intervenções de Filipe na Messênia e na Arcádia que se revoltaram contra Esparta. Enquanto reorganizava novamente a Tessália (343-342), interveio no Épiro, depondo o rei Arribas e entronizando seu cunhado Alexandre I, irmão de sua esposa epirota Olímpia. Visando enfraquecer o poder de Atenas, Filipe conquista a região de Cassiopéia e a cede ao seu cunhado para fazer parte do reino do Épiro. Concretizando a aliança com o Épiro, Filipe casa sua filha Cleópatra com Alexandre I do Épiro (337 a.C.).  Em 343, após um acordo de não intervenção com o rei persa Artaxerxes III, o rei macedônio levou uma grande expedição militar na Trácia  submetendo um extenso território no qual ocupa (342 a.C.) a cidadela de Eumólpia e lhe dá o nome de Filipópolis (atual cidade Plovdiv na Bulgária). Na cidade de Cabile, Filipe exilará todos aqueles que causam problemas no seu reino; daí ela ser apelidada de de Poneirópolis (a cidade dos malvados). Filipe faz aliança com um Cotelas, chefe dos getas, e com cidades da costa do Ponto Euxino (Mar Negro). A aliança foi selada com o casamento de Filipe II com Meda de Odessa, filha de Cotelas. Em 342 a. C., negociou um acordo secreto com Hérmias, tirano de Atarneu na Ásia Menor, que era assistido pelo filósofo Aristóteles, de modo a ter uma cabeça de ponte no caso de uma invasão à Ásia.
Filipe da Macedônia imagem placa, foto
Placa retratando a imagem equestre de Filipe II


REFERÊNCIAS:

http://en.wikipedia.org/wiki/Philip_II_of_Macedon
http://www.satrapa1.com/paginas/WEB%20filipo/Filipo_II_periodo_352-349.htm
http://www.satrapa1.com/paginas/WEB%20filipo/Filipo_II_periodo_342-341.htm#1
http://www.ancientsculpture.net/Greek-Macedonian-Roman-sculptures/Philip-II-382-336-BC-round-plaque
http://www.ancientsculpture.net/Greek-Macedonian-Roman-sculptures/Philip-of-Macedon-plaque

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