sábado, 26 de junho de 2010

FILIPE II (359 – 336 a.C.) - PARTE I

Introdução
Filipe II levou a Macedônia a deixar de ser um estado semi-bárbaro da periferia do mundo helênico para ser a potência dominante da Grécia, porém é mais conhecido por ser o pai do célebre conquistador Alexandre, o Grande. Ele era o filho caçula do rei Amintas III com Eurídice nascido em Pela, a capital, em 382 a.C.
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Filipe II
Quando da morte de seu pai (370 a.C.), assumiu seu irmão mais velho Alexandre II que em 368 interveio numa guerra civil na Tessália. Obteve o comando de Larisa e várias cidades com sucesso, mas, traindo uma promessa que havia feito, mandou instalar guarnições nelas. Isto provocou uma reação hostil da cidade de Tebas, que era o poder militar predominante na Grécia na ocasião. O general tebano Pelópidas neutralizou Alexandre, favorecendo as ambições do cunhado de Alexandre, Ptolomeu de Aloros, e obrigou Alexandre a abandonar a sua aliança com Atenas a favor de Tebas. Como parte desta nova aliança, Alexandre foi compelido a entregar reféns como garantia, incluíndo o seu jovem irmão Filipe. Alexandre II foi assassinado e Ptolomeu de Aloros assumiu a regência em nome de Pérdicas, irmão de Filipe. Abaixo, o mundo helênico sob a hegemonia de Tebas e antes da ascensão de Filipe II (371 - 362 a.C.)

Macedônia Sitiada
Filipe ficou como refém na casa de Pamenes, general tebano, e estudou as táticas dos renomados militares Ifícrates de Atenas e Epaminondas de Tebas, assim como as inovações e estratégias militares tebanas (a falange). Após inteirar-se dos métodos militares gregos, Filipe regressou à Macedônia em 360 a.C. onde governa seu irmão Pérdicas III que se desfizera do regente Ptolomeu em 365. Quando da morte de Pérdicas III na batalha contra os ilírios (359 a.C.), Filipe livrou-se rapidamente da tutela de Tebas e assumiu a regência em nome do herdeiro do trono, o príncipe Amintas (IV). A situação da Macedônia era crítica: depois de derrotar e matar o rei macedônio, os ilírios sob o rei Bardilis estabeleceram-se firmemente na região de Lincéstide e o líder da região de Oréstide se aliou a eles. Ao norte, as tribos peônias sob o rei Ágis moveram-se para o sul, entre os rios Estrimão e Áxios e para piorar a situação, Berisiades, rei dos trácios odrísios, ameaçava estender seu domínio até o rio Estrimão e passar também para a região macedônica da Migdônia. Além disso, Berisiades passa a apoiar mais um pretendente ao trono da Macedônia, Pausanias, um membro distante da casa real, enquanto os atenienses, instalados na região de Piéria, apoiam outro rival Felipe, Argeu II, que já governara a Macedônia em 393-392 e que havia se comprometido a entregar a próspera cidade de Anfípolis aos atenienses se conseguisse tomar o poder. Arquelau, filho do rei Amintas III com sua outra esposa Gigea, também começou a reclamar o trono para si.  

A Crise da Macedônia 

Vitórias Iniciais
Filipe primeiramente promoveu reformas no exército: a resposta à tática dos hoplitas (infantaria padrão dos gregos) seria uma nova formação: a falange de dez fileiras de infantaria armadas com lanças, duas vezes mais longas do que as lanças comuns. Os homens que as carregavam ficavam mais distantes do que os hoplitas, de modo que as lanças da retaguarda se projetavam entre as das primeiras fileiras. O resultado era uma disposição de pontas em forma de ouriço, uma arma formidável. Para apoiar a retaguarda havia uma cavalaria com armaduras, cercada por uma fileira de armas pesadas, como catapultas. Abaixo, a falange macedônica.

Apesar de suas reformas no exército e de sua disposição indômita, Filipe reconheceu que não poderia livrar-se de todos os seus inimigos de uma vez. Filipe faz uma aliança com o rei ilírio Bardilis reconhecendo a princípio suas possessões na Macedônia e casando-se com sua filha Audata. Para afastar as ameaças dos peônios e dos trácios, Filipe tem que lhes dar uma compensação financeira. Sem o apoio de Berisiades, Pausânias recua de suas pretensões. Após lidar com os problemas externos, Filipe dedica-se a se manter no trono, eliminando um a um seus adversários: manda assassinar Arquelau (filho bastardo de Amintas III, mas que era seu primogênito), que também havia declarado sua intenção de suceder Pérdicas III. Em seguida luta contra Argeu II que, apoiado por um punhado de mercenários macedônios exilados e atenienses liberados pelo general ateniense Mântia que serviam na guarnição ateniense de Metone, tinha se aventurado no território macedônio até Egas, onde suas reivindicações ao trono foram ignoradas pelo povo.
Região onde outrora havia a próspera cidade de Anfípolis
Por fim, Argeu e seus homens foram interceptados por Filipe que ordenou sua morte a de muitos dos mercenários macedônicos, porém liberando os atenienses para não se indispor com Atenas com a qual faz um acordo de retirar a guarnição macedônica de Anfípolis, ex-colônia ateniense. Em cerca de 359, nasce Filipe Arrideu, filho de Filipe II com Filina, uma dançarina da Tessália. Superadas as tensões externas e internas, Filipe II proclama-se rei da Macedônia no mesmo ano (359/358 a.C.) afastando o jovem e legítimo rei Amintas IV a quem no entanto tem em consideração (era seu sobrinho) e casa-o posteriormente com Cinane, sua filha com Audata. Mas Amintas morrerá posteriormente sob mando de Alexandre (III), o Grande, filho de Filipe, quando de sua ascensão.

REFERÊNCIAS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipe_II_da_Maced%C3%B3nia
http://www.satrapa1.com/paginas/WEB%20filipo/Filipo_II_periodo_359-357.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Philip_II_of_Macedon
http://www.livius.org/phi-php/philip/philip_ii.htm

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