quarta-feira, 28 de julho de 2010

ALEXANDRE III, O GRANDE (336 - 323 a.C.) - PARTE V

Senhor do Egito
Em dezembro de 332, o exército macedônico e sua marinha chegaram a Pelúsio onde Alexandre foi encontrado pelo sátrapa persa do Egito, Mazaces, e um oficial parta chamado Amminapes, que entregaram o país ao Macedônio. Mazaces pode ter pensado em fazer alguma resistência, mas ele não tinha tropas, vez que haviam sido destruídas na batalha de Isso e sabia que em caso de guerra, ele teria de enfrentar tanto o invasor quanto a população nativa, que tinha-se revoltado muito recentemente (338-336) contra o governo persa. Amminapes foi de todo colaboracionista: posteriormente viveu na Macedônia com as graças de Alexandre. Abaixo, campanha de Alexandre Magno da Macedônia ao Egito.

De plano, Alexandre organizou a administração de sua nova conquista mesclando elementos egípcios, iranianos e gregos, mas acima de tudo Alexandre se tornou o novo faraó do Egito onde era chamado de Meryamun Setepenra Alexandros (Alexandre, amado por Amom, escolhido por Rá). Alexandre reverenciou a cultura e as divindades egípcias e onde os macedônios iam eram aclamados como libertadores, já que os egípcios não suportavam mais o jugo dos persas e várias vezes tinham se revoltado. Abaixo, representação de Alexandre como faraó num templo de Luxor.
Após reverenciar o touro sagrado Ápis em Mênfis em março de 331, Alexandre visitou o tradicional oráculo do deus egípcio Amom no oásis de Siva na Líbia. Segundo o historiador Jona Lendering, o gesto além de religioso era político: Alexandre foi recordado como antigo faraó Nectanebo II que resistira aos persas e visitara o referido santuário. Além disso, nessa época os gregos acreditavam que os persas eram originários do herói mitológico Perseu que havia visitado o oráculo anteriormente. Com essa, e outras posturas, Alexandre ia se inserindo na história e tradição persa pavimentando o caminho para sua aceitação como o novo Rei dos Reis do Império Aquemênida. Seja como for, Alexandre foi confirmado como filho de Amom e pouco depois recebeu a notícia de que os oráculos das cidades gregas de Eritras e Dídima o confirmaram como filho de Zeus. Abaixo, camafeu com a efígie de Alexandre como filho de Zeus Ammon como indicado pelo chifre de carneiro em sua cabeça.
Não obstante toda vantagem política que Alexandre pudesse ter com esse reconhecimento, é certo de que o Macedônio se cria filho da mais alta divindade do mundo greco-egípcio.Abaixo, Alexandre Magno em Mênfis reverenciando o touro sagrado Ápis.
Em abril do mesmo ano, sobre antiga cidade de Racóstis, Alexandre decidiu fundar uma nova cidade, Alexandria, que viria a ser uma das mais importantes cidades do mundo antigo por sua importância estratégica e cultural. Após ordenar uma expedição à terra de Kush (atual Sudão), em junho, Alexandre recebeu a notícia de que os habitantes de Samaria na Palestina tinham se revoltado. Era o momento de voltar para a Ásia. Abaixo, Alexandre supervisiona a fundação de Alexandria.
A repressão da revolta de Samaria não foi muito difícil. Os rebeldes foram presos e uma parte do país dos samaritanos foi dado aos judeus de Jerusalém. Na segunda metade de maio, Alexandre estava de volta a Tiro, que foi repovoada com veteranos e fenícios fiéis à sua autoridade. Alexandre celebrou em Tiro sacrifícios à Héracles e jogos esportivos. Abaixo, ilustração de A. Castaigne da chegada de embaixadores atenienses em Tiro para participar das comemorações de Alexandre.

A Batalha de Gaugamela
Alexandre permaneceu na Fenícia e na Síria por pelo menos três meses. Ele deixara a Macedônia para livrar os gregos asiáticos do domínio persa e agora controlava todo o ocidente que pertencera ao Império Aquemênida. Mas Dario III sempre lhe permaneceria uma ameaça e sua existência sempre lhe contestaria o novo título que o Macedônio se arrogava: o Senhor da Ásia. Portanto, o rei persa precisaria ser definitivamente derrotado para Alexandre conseguir suas aspirações. Ele provavelmente esperava que Dario trouxesse seu exército para a outra margem do Eufrates para uma batalha decisiva, o que se acontecesse, os suprimentos de Alexandre estariam disponíveis. Mas, Dario deixou óbvio que lutaria na Mesopotâmia, do outro lado do Eufrates, lado que os gregos pouco conheciam e no qual o Grande Rei teria seus recursos garantidos. E Alexandre decidiu avançar no final de julho de 331 a.C. Por essa época, Antípatro enviou da Macedônia os reforços que haviam sido pedidos e Alexandre ordenou que uma frota de navios de guerra macedônicos, gregos, cipriotas e fenícios navegasse em direção ao Peloponeso, onde se relatava um perigo de levantes em apoio a Esparta. Abaixo, relevo retratando guerreiros do exército persa.
Dario tinha ainda alguns mercenários gregos para compor sua força de infantaria, mas ele decidiu melhorar o equipamento das suas forças nativas: recrutou os ferozes homens das tribos nômades da Bactriana e da Sogdiana. Sua cavalaria era muito superior e tinha elefantes (que os gregos nunca tinham enfrentado) e os temíveis carros-foice como os usados por Ciro, o Jovem, na batalha de Cunaxa (401 a.C.). Segundo os historiadores modernos Dario III conseguiu arregimentar cerca de 200.000 homens de infantaria e 40.000 na cavalaria. Além disso, desta vez ele estaria lutando em seu próprio terreno. Abaixo Dario III Codomano (Raz Degan) comandando suas tropas no filme Alexandre.
Dario estava aguardando Alexandre na Mesopotâmia, ao noroeste da Babilônia, e esperava que o exército invasor sofresse prejuízos com a travessia do deserto e do rio Eufrates. Mas Alexandre, quer por acaso ou previamente avisado, viajou mais para o norte para evitar o calor extremo cruzando os rios Eufrates e Tigre. O Grande Rei mudou novamente suas tropas para um segundo campo de batalha; mas Alexandre de novo se desviou. Dario, assim, tinha que encontrar um terreno adequado a leste do rio Tigre; ele tomou posição perto da aldeia de Gaugamela, ao norte da cidade Arbela. A planície era grande o suficiente para a sua cavalaria, mas ele teve ainda que nivelar o terreno a fim de permitir a plena utilização dos carros bélicos. Abaixo, marcha de Alexandre Magno até Gaugamela.
Alexandre, que contava com um contingente de 40.000 homens de infantaria e 7.000 na cavalaria, subiu lentamente, permitindo aos seus homens descansar enquanto Dario e seu exército mantinham-se em alerta. Dario ofereceu nova proposta de acordo: ofereceu novamente o território ocidental do Império (do que Alexandre riu visto que já dominava esta parte), aumentou o resgate de sua família para 30.000 talentos e como garantia oferecia seu filho Oco como refém permanente. Alexandre, embora aconselhado por seus generais a aceitar a oferta, permaneceu firme no seu propósito de capturar Dario e por fim conquistar o Império Persa. Abaixo, cena do filme Alexandre (2004) que retrata o conquistador macedônio e seu exército numericamente inferior diante do multidão do exército de Dario III.
Possivelmente, um ataque noturno dos disciplinados macedônios teria esmagado as forças persas. Dario, ciente disso, manteve os seus homens em armas durante toda a noite, enquanto Alexandre permitiu aos seus soldados descansar, depois atacaram ao amanhecer em 1º de outubro de 331. As tropas persas excediam as greco-macedônicas em 5 x 1. Abaixo, outra cena de Alexandre: o confronto do gigantesco exército persa com o numericamente inferior exército de Alexandre Magno.
Apesar de seu equipamento melhorado, Dario nada tinha para enfrentar à altura da terrível falange grega. Alexandre manteve constantemente as alas esquerdas e direita do exército persa ocupadas o que fez que as tropas do centro do exército de Dario fosse arrastadas para a luta até que se abriu uma brecha na linha de defesa do rei. Alexandre avançou com sua companhia em direção a Dario. Besso, sátrapa da Bactriana, mal podendo manter sua ala, não teve como ajudar Dario. Dando a luta como perdida, retirou-se com suas tropas bactrianas para salvarem-se. A ala direita também sofria prejuízos; diante de tal situação e vendo que a falange macedônica vinha com toda força a sua frente, Dario bateu em retirada seguido pela ala direita. Nem os elefantes, nem os carros-foice foram páreos para o disciplinado exército greco-macedônico. Abaixo, ilustração de A. Castaigne da Batalha de Gaugamela, também conhecida como Batalha de Arbela, aldeia próxima do local do embate.
Alexandre continuou perseguindo a Dario até depois da meia-noite; mas o Grande Rei estava em boa vantagem e conseguiu evitar a captura. Porém, Alexandre conseguiu capturar o carro, o arco e a fortuna pessoal de Dario (4.000 talentos em moedas de ouro). O grande exército persa, formado por contingentes de vários povos, fora esmagado. Dario, em seguida, fugiu para Ecbátana, antiga capital da Média e atual Hamadan no Irã e tentava levantar um terceiro exército. Os macedônios saquearam o acampamento persa e a cidade vizinha de Arbela, avançando rapidamente para o sul. Após a Batalha de Gaugamela, o grande exército persa já não estava lá para proteger a Mesopotâmia, a mais rica região do Império, cuja principal cidade era Babilônia, uma das maiores cidades do mundo. Abaixo, ilustração da cidade de Babilônia, a alma do Oriente.

REFERÊNCIAS:

http://www.livius.org/aj-al/Alexander/Alexander_chrono.html
http://www.Alexanderstomb.com/main/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Alexander_the_Great#Conquest_of_the_Persian_Empire
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Gaugamela
http://osaquemenidas.blogspot.com/2010/03/dario-iii-336-330-ac-parte-ii.html

3 comentários:

  1. Cara as fotos do teu blog salvaram meu dia, passei a madrugada toda kerendo imagens como as ki tu postou aki e não as encontrei. São 10:16 da manhã e SÓ AGORA FINALMENTE achei algo ki realmente me interesasse.Ótimo blog, ótimas imagens, enfim, parabéns, ganhou um seguidor fiel.
    Abraços

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  2. Bacana a tua iniciativa, parabéns...
    Gostei. Inclusive, compartilho da observação do xDMartexD.

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  3. Agradeço e fico feliz em ter contribuído. Deus os abençoe ricamente.

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