terça-feira, 15 de junho de 2010

PÉRDICAS II (448 - 413 a.C.)

Pérdicas era o segundo filho do rei Alexandre I Filoheleno. Seu irmão mais velho, Alcetas II, reinou seis anos sendo morto pelo filho de Pérdicas, Arquelau, em 448. Pérdicas herdou um reino enfraquecido. Após a morte de Alexandre I em 452, a Macedônia começou a decair. As tribos macedônicas tornaram-se quase completamente autônomas, sendo apenas vagamente aliadas ao rei. Filipe, irmão caçula de Pérdicas, governava como rei em Macedônide, planície entre o rio Haliácmon e o monte Olimpo. Abaixo, o reino da Macedônia quando da morte de Alexandre I e a região de Macedônide governada por Filipe.
Em 434 Filipe havia desafiado Pérdicas pelo trono da Macedônia e contou com o apoio de Atenas e de Derdas, rei de Elimeia. Pérdicas respondeu a ameça à sua posição real agitando uma rebelião em várias cidades tributárias de Atenas, incluindo Potideia na península calcídica. Atenas respondeu com vigor enviando 1.000 hoplitas e 30 navios para a Macedônia, onde eles capturaram a cidade de Terme. Então eles passaram a assediar Pidna, onde foram recebidos reforços de mais 2.000 hoplitas e 40 navios. No entanto, quando os atenienses estavam sitiando Pidna, eles receberam a notícia de que a cidade-Estado de Corinto tinha enviado uma força de 1.600 hoplitas e 400 soldados de infantaria ligeira para apoiar Potideia. Abaixo, localização de Potideia (Potidaia) no contexto da geografia da Grécia.
Para combater esta nova ameaça, os atenienses firmaram uma aliança com Pérdicas e continuaram assediando Potideia. Logo, o rei macedônio quebrou o tratado de aliança e marchou para Potideia. Porém, embora os atenienses fossem vitoriosos no final, esses eventos conduziram os gregos diretamente para a eclosão da Guerra Arquidâmica (431-421 a.C.) que compreende a primeira parte da Guerra do Peloponeso (431-404 a.C), que opôs Atenas e seus aliados à Esparta e seus aliados. Em 431 Atenas entrou em aliança com Sitalces, rei dos trácios odrísios, e mais tarde com Ninfodoro, um ateniense casado com a irmã do rei. O cunhado de Sitalces negociou um tratado entre Atenas e Pérdicas II no qual o rei macedônio recuperou a cidade de Terme. Como resultado, Atenas retirou seu apoio às pretensões de Filipe e os trácios se comprometeram a ajudar a Pérdicas em capturar seu irmão rebelde. Abaixo, a Macedônia no início da guerra do Peloponeso (431 a.C.)
Em contrapartida, Pérdicas marchou contra os calcídicos, aos quais anteriormente havia convencido de se rebelaram contra Atenas. No entanto, Pérdicas traiu os atenienses novamente e enviou 1.000 soldados para ajudar os espartanos a atacar a região de Acarnânia em 429 a C., mas essa ajuda chegou demasiado tarde. Por esse período morreu o irmão de Pérdicas, Filipe. Em apoio ao filho de Filipe, Amintas, o rei Sitalces  invadiu a Macedônia, com a promessa de apoio de Atenas, o que não ocorreu de fato, e Pérdicas novamente usou a diplomacia para garantir a sobrevivência do seu reino. Ele prometeu a mão de sua irmã ao sobrinho de Sitalces, que o convenceu a abandonar a invasão. Depois disso, Pérdicas aliou-se aos espartanos em 424 e ajudou Brásidas, general espartano, a tomar a cidade de Anfípolis aos atenienses, uma de suas colônias mais importantes, principalmente porque a partir daí Atenas se abastecia de madeira para sua frota. Abaixo, ruínas de Anfípolis.
Foi um duro golpe para Atenas, que foi privada de madeira da Macedônia durante os anos seguintes o que representou um reforço considerável no poder de negociação do reino da Macedônia. Por sua vez, os espartanos ajudaram Pérdicas a assegurar as suas fronteiras num ataque contra o rei Arrabeu de Lincéstide (Lyncestis) com a promessa de ajuda dos ilírios. Estes, porém, mudaram de lado e atacaram a Pérdicas e seus aliados espartanos. As tropas da Macedônia, mal treinadas, fugiram, e os espartanos, enfurecidos, atacaram a bagagem do exército macedônico. Esta deterioração das relações entre a Macedônia e Esparta nos anos seguintes empurraram Pérdicas em direção a Atenas aliando-se com ela em 423 a.C. Por volta de 417 a.C., o rei macedônio novamente deixou os atenienses e juntou-se à aliança Esparta-Argos. Apenas quatro anos mais tarde, sob pressão dos atenienses, Pérdicas rompeu com Esparta-Argos e ajudou a Atenas em seu ataque contra Anfípolis. Pérdicas II morreu em 413 e seu filho Arquelau I subiu ao trono da Macedônia. Abaixo, o mundo grego e adjacências durante a guerra do Peloponeso.

REFERÊNCIAS:




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