sábado, 17 de julho de 2010

ALEXANDRE III, O GRANDE (336 – 323 a.C.) – PARTE I

Introdução
Alexandre III da Macedônia popularmente conhecido como Alexandre Magno ou Alexandre, o Grande, é o  mais famoso rei da Macedônia e criou um dos maiores impérios da história antiga. Tendo o controle da Macedônia, da Grécia e da Trácia conquistou o Império Persa que ia do Egito até o oeste da Índia. Alexandre conquistou não apenas com poder, mas utilizando sua inteligência. Em lugar de destruir os países que conquistara, ele procurava os administrar com justiça e assimilou seus habitantes em seu governo e em seu exército. Ele foi o melhor comandante militar do mundo antigo e possuía um incansável vigor para a expansão. Alexandre era conhecido por nunca ter sido derrotado em batalha e é considerado um dos comandantes mais bem sucedidos de todos os tempos. Abaixo, busto de Alexandre (representado como Hélios, deus-sol grego) no Museu Capitolino em Roma.
Бюст царя Александра Великого
Mas sendo apenas um homem, embora um homem excepcional, Alexandre enfrentou discórdias e descontentamento no seu exército, incompreensão de sua visão política e acabou por enfraquecer gradativamente sua saúde em bebedeiras e incansáveis batalhas. Exaurido, Alexandre morreu de febre com cerca de 33 anos sem um sucessor à altura. Sem sua pessoa carismática e “divina”, seu império não demorou muito e foi dividido, após sangrentas disputas, pelos seus generais. Embora o reino e o império de Alexandre tenham sido de curta duração, o impacto cultural de suas conquistas durou séculos. Ele é uma das figuras mais famosas da Antiguidade sendo lembrado por sua capacidade táctica, suas conquistas e pela difusão da língua e cultura gregas para o Oriente marcando o início da civilização helenística. Abaixo, o Império de Alexandre, o Grande.
File:Mapa de Alejandrías.svg

Linhagem e Infância
Alexandre III era filho do rei Filipe II da Macedônia com Olímpia, a quarta esposa do rei, filha de Neoptólemo I, o rei do Épiro. Apesar de Filipe ter várias esposas, Olímpia foi sua principal esposa  por um bom tempo. Sendo um membro da dinastia Argéada por seu pai, Alexandre alegava descendência de Héracles (Hércules) através Carano, fundador do reino da Macedônia, que segundo a mitologia grega seria descendente do heróico semideus. Pelo lado de sua mãe, que era da dinastia dos Eácidas do Épiro, Alexandre era descendente de Neoptólemo, filho de Aquiles, célebre guerreiro da Guerra de Tróia. Alexandre era sobrinho do rei Alexandre I do Épiro e primo de segundo grau do célebre rei e general Pirro I do Épiro, que também destacaram-se por suas campanhas militares. Abaixo, efígies de Filipe II e Olímpia, pais de Alexandre.
          
A grandiosidade de sua vida fez com que seu nascimento se permeasse de lendas para assinalar sua grandeza. Dentre elas, a que não seria filho de Filipe II, mas de Zeus, deus supremo do panteão grego. Também foi dito que no dia do nascimento de Alexandre, o templo da deusa Ártemis em Éfeso, uma das sete maravilhas do Mundo antigo, pegou fogo, levando o retórico Hegésias de Magnésia a dizer que isso aconteceu porque Ártemis ausentara-se de seu próprio santuário para assistir o nascimento de Alexandre. Abaixo, algumas imagens que retratam a face de Alexandre como visto pelos Antigos.
Alexandre nasceu em 20 de julho de 356 a.C. em Pela, capital do reino da Macedônia. No dia em que nasceu, Filipe se preparava para assediar a cidade de Potideia na Península Calcídica. No mesmo dia, Filipe recebeu a notícia de que seu general Parmênion havia derrotado os exércitos combinados dos ilírios e dos peônios e ainda que seus cavalos haviam vencido nos Jogos Olímpicos. Tais eventos foram considerados de bom agouro. Abaixo, cena do filme Alexandre, o Grande (1956) onde o futuro Conquistador é segurado por seu pai (Frederic March) e contemplado por sua mãe (Danielle Darrieux) e cortesãos.
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Em seus primeiros anos, Alexandre foi cuidado por Lanike, irmã do futuro amigo de Alexandre, Clito, o Negro. Mais tarde, Alexandre foi ensinado pelo austero Leônidas do Épiro, um parente de sua mãe, em especial nos exercícios corporais e por Lisímaco, afável professor de letras que chamava a Alexandre de Aquiles e a seu pai de Peleu, reforçando o caráter mitológico da dinastia e da personalidade do jovem príncipe macedônico. Quando Alexandre tinha dez anos, um comerciante de cavalos da Tessália trouxe a Filipe II um cavalo pelo qual queria treze talentos. O cavalo recusou-se a ser montado por qualquer um e Filipe ordenou que fosse retirado. Alexandre, entretanto, detectando que a inquietação do cavalo provinha da projeção de sua própria sombra pediu para tentar domar o cavalo, o que ele finalmente conseguiu. De acordo com Plutarco, Filipe, feliz com essa demonstração de coragem e ambição, com lágrimas beijou-o, declarando: "Meu rapaz, você deve encontrar um reino grande o suficiente para suas ambições. Macedônia é pequena demais para você", e comprou o cavalo para ele. Alexandre deu o nome de Bucéfalo ao cavalo, que significa "cabeça de boi". Bucéfalo seria companheiro de Alexandre durante a sua jornada até à Índia. Quando Bucéfalo morreu (devido à idade avançada, segundo Plutarco), Alexandre fundou uma cidade no local em que ele faleceu, Alexandria Bucéfala. Abaixo, ilustração de Andre Castaigne de Alexandre domando Bucéfalo.
File:The taming of Bucephalus by Andre Castaigne (1898-1899).jpg

Adolescência e Educação
Quando Alexandre tinha treze anos de idade, Filipe decidiu que Alexandre precisava de um ensino superior, e ele começou a procurar por um tutor. A educação que recebera até então era fundamentalmente para a guerra sendo necessário prepará-lo para ser um rei. Muitas pessoas foram cogitadas incluindo Isócrates e Espeusipo, sucessor de Platão na Academia, que ofereceu até a renúncia de seu cargo para assumir a educação do jovem príncipe. Por fim, Filipe ofereceu o emprego a Aristóteles, discípulo de Platão, que aceitou, e Filipe deu-lhe o Templo das Ninfas em Mieza como sua sala de aula. Em compensação por estar ensinando a Alexandre, Filipe decidiu reconstruir a cidade natal de Aristóteles, Estagira, que Filipe tinha arrasado, e para povoá-la novamente, comprou e libertou os antigos moradores que eram escravos ou perdoou aqueles que estavam no exílio. Abaixo, ilustração do célebre filósofo Aristóteles ensinando a Alexandre Magno.
Aristotle tutoring Alexander
Mieza era como uma escola para Alexandre e os filhos dos nobres macedônios, como Ptolomeu, Heféstion e Cassandro. Muitos dos alunos que aprenderam ao lado de Alexandre se tornaram seus amigos e generais no futuro, e são muitas vezes referidos como companheiros do grande conquistador. Em Mieza, Aristóteles educou Alexandre e seus companheiros em medicina, filosofia, moral, religião, lógica e arte pelo que se deduz da obra Sobre o Universo, que o filósofo teria dedicado a Alexandre, a quem chamou de o melhor dos príncipes. A partir da instrução de Aristóteles, Alexandre desenvolveu uma paixão para as obras de Homero, e em particular A Ilíada, da qual Aristóteles deu-lhe uma cópia anotada. Alexandre a levava em todas as suas campanhas e diz-se que dormia com esse exemplar sob o travesseiro junto com um punhal.

REFERÊNCIAS:
http://en.wikipedia.org/wiki/Alexander_the_Great
http://es.wikipedia.org/wiki/Alejandro_Magno
http://www.discoverybrasil.com/guia_grecia/grecia_expansao/grecia_alexandre_grande/index.shtml

2 comentários:

  1. Agradeço pela postagem! Grande ajuda para completar meu seminário sobre a era de Alexandre.

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  2. Fico grato por ter colaborado. Sucesso no seminário.

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