domingo, 25 de julho de 2010

ALEXANDRE III, O GRANDE (336 - 323 a.C.) - PARTE III

Alexandre Rei
Em 336, às vésperas de retomar sua campanha contra os persas, Filipe II celebrou em Egas o casamento da irmã de Alexandre, Cleópatra, com Alexandre I do Épiro, irmão de Olímpia. Porém, Filipe foi assassinado pelo capitão de sua guarda pessoal, Pausânias, que tentou escapar, mas foi morto por seus perseguidores, entre eles dois dos companheiros de Alexandre, Pérdicas e Leonato. Abaixo, ruínas do teatro de Egas onde Filipe II foi assassinado.
Com o rei morto e havendo muitos possíveis pretendentes ao trono, a primeira tarefa de Alexandre era obter o reconhecimento como verdadeiro sucessor de seu pai. O apoio de Antípatro, um antigo oficial de Filipe II, assegurou o reconhecimento do exército e Alexandre ainda tinha a seu favor o ser benquisto por seu povo, ao qual já regera e que o considerava um herói. Sendo assim, Alexandre III foi proclamado rei da Macedônia pelo exército, nobres e povo macedônios com a idade de 20 anos. Mas, sua posição no trono ainda era instável. Embora Alexandre insistisse que o assassinato de Filipe II fora financiado pelos persas, muitos suspeitavam dele e de sua mãe. Alexandre começou seu reinado eliminando seus potenciais rivais ao trono. Amintas IV, que fora rei antes de Filipe II (359 a.C.) e por ele deposto, foi executado, bem como Hermoenes e Arrabeu, dois príncipes da região macedônica de Lincéstide, acusados de conspiração contra Filipe II, enquanto o terceiro príncipe, Alexandre Lincestes, foi poupado, pois foi o primeiro a reconhecer Alexandre III como o novo rei da Macedônia. Arrideu, filho de Filipe II com Filina da Tessália, foi considerado inofensivo devido a seus problemas mentais.
O Jovem Alexandre Magno pelo artista Arno Breker (1900 - 1991)
Mas a principal ameaça à posição de Alexandre seria o general Átalo que estava na Ásia comandando um poderoso contingente macedônico. Ele poderia reivindicar a regência em nome do filho de Cleópatra Eurídice. Os historiadores debatem se Eurídice deu dois filhos a Filipe II (Carano e Europa), mas se existiram foram eliminados por Olímpia junto com a mãe, sem a aquiescência de Alexandre segundo Plutarco. Mas Átalo continuava sendo uma ameaça, mais ainda com a morte dos parentes e já mantinha correspondência com Demóstenes, político ateniense antimacedônico, sobre a possibilidade de desertar para Atenas. Alexandre conseguiu o apoio de Parmênion, que se mostrou fiel ao novo rei e matou a Átalo. Em recompensa, vários parentes de Parmênion foram postos em posições importantes no exército e na administração de Alexandre. Abaixo, o reino da Macedônia quando da morte de Filipe II (336 a.C.)

Rebelião na Grécia
A notícia da morte de Filipe despertou a rebelião em muitos estados, inclusive Tebas, Atenas, Tessália, e nas tribos trácias, ao norte da Macedônia. Quando a notícia da revolta na Grécia chegou a Alexandre, ele respondeu rapidamente. Apesar de seus assessores o aconselharem a usar a diplomacia, Alexandre reuniu a cavalaria macedônica de 3.000 homens e rumou em direção ao sul através da Tessália. Quando ele descobriu que o exército tessálio ocupava a passagem entre o Monte Olimpo e o Monte Ossa, ele mandou seus homens andarem sobre o Monte Ossa. Quando o tessálios acordaram no dia seguinte, encontraram Alexandre em sua retaguarda, e prontamente se renderam, acrescentando sua cavalaria às forças de Alexandre que rumava em direção ao Peloponeso. Abaixo, o Monte Olimpo.
Alexandre parou nas Termópilas, onde foi reconhecido como o líder da Liga Anfictiônica (aliança de cidades-estados gregas em torno do santuário de Apolo em Delfos) antes de se dirigir para sul, até Corinto. Atenas pediu pela paz e recebeu o embaixador de Alexandre e perdoou todos os envolvidos com a insurreição. Em Corinto, ele recebeu o título de hegemon, e como Filipe II, foi nomeado comandante da próxima guerra contra a Pérsia. Somente Esparta, como antes, não aderiu à renovação da Liga de Corinto. Enquanto estava em Corinto, Alexandre conheceu o filósofo cínico Diógenes de Sinope do qual disse que se não fosse Alexandre queria ser Diógenes. Abaixo, ilustração do encontro de Alexandre Magno com Diógenes por Louis Loeb (1898).
                                                
Guerra nos Bálcãs
Antes de cruzar para a Ásia, Alexandre tinha que proteger sua fronteira norte e na primavera de 335 a.C., ele avançou para suprimir várias revoltas dos trácios e dos ilírios. A partir de Anfípolis, ele foi primeiro para o leste entrando no país dos trácios, e no Monte Haemus, o exército macedônio atacou e derrotou um exército trácio que ali estava. Os macedônios marcharam para o país dos tribalos derrotando-os perto do rio Ligino (um afluente do Danúbio). Alexandre então avançou três dias até o Danúbio, encontrando a tribo dos getas na margem oposta. Surpreendendo os getas ao atravessar o rio à noite, ele forçou o exército geta a se retirar após a primeira escaramuça da cavalaria, deixando sua cidade para o exército macedônio. Em seguida, chegou a notícia que Cleito, rei dos dardânios, e o rei Glaukias dos taulantianos estavam em revolta na Ilíria contra a autoridade da Macedônia. Marchando para o oeste entrou na Ilíria, onde Alexandre derrotou um de cada vez, forçando Cleito e Glaukias a fugirem com seus exércitos, deixando a fronteira ao norte dos domínios de Alexandre mais seguras. Abaixo, ilustração de Andre Castagne da luta dos macedônios contra os guerreiros trácios.
                                                  

Alexandre contra Tebas
Enquanto ele estava triunfante na campanha norte, os tebanos e atenienses, mais uma vez se rebelaram. Nas cidades gregas, muitos políticos consideraram esse o momento certo para se libertar do jugo macedônico. O orador ateniense Demóstenes disse aos gregos que Alexandre tinha morrido durante a campanha na Ilíria e provocou uma rebelião na Grécia. Os tebanos começaram a cercar a guarnição macedônica que Filipe II tinha deixado em sua cidade. Alexandre reagiu de imediato, mas, enquanto as outras cidades, mais uma vez hesitaram, Tebas decidiu resistir com o maior vigor. No entanto, a resistência foi inútil: a cidade foi arrasada até o chão, exceto para seus templos e a casa que havia pertencido ao poeta Píndaro (518 – 438 a.C.) que havia escrito uma ode a um anterior rei macedônio chamado Alexandre I (498 – 454 a.C.). Seu território foi dividido entre as outras cidades da região grega da Beócia e seis mil habitantes foram executados e trinta mil foram vendidos como escravos. No entanto, as outras cidades gregas foram tratadas com gentileza. A Liga de Corinto se reuniu pela terceira vez e ratificou atos de Alexandre contra Tebas. O fim de Tebas intimidou Atenas e outras cidades deixando toda a Grécia, pelo menos, aparentemente em paz com Alexandre. Abaixo, ilustração de Alexandre Magno e o ataque à Tebas.

REFERÊNCIAS:
http://www.livius.org/aj-al/Alexander/Alexander01.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Cleopatra_Eurydice_of_Macedon
http://en.wikipedia.org/wiki/Alexander_the_Great
http://www.livius.org/aj-al/Alexander/Alexander02.html

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